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do chão não passa.

Se há um sentimento bastante perigoso e, às vezes, predador, é a auto-afirmação. Nela, podem enveredar a carência, o embuste, o orgulho enrustido e, por vezes, a atitude gabola de um prestígio esvaído. O amor a si próprio é o antídoto para a subserviência às convenções impostas. Ou seja, quem se ama não precisa se auto-afirmar!
Essa necessidade toda é nada mais do que um retrato da pobreza de gestos de quem procura por uma "grandeza" esvaziada de significados e sentidos.

Mas mudando um pouco o foco e deixando um pouco mais light, ultimamente tenho reparado muito nas pessoas, em como elas agem... e eu não consigo entender por que raios a necessidade de provar um bem-estar que, muitas vezes, nem existe. É uma vida toda inventada, cheia de fru-frus e sorrisos de orelha a orelha, mas que na realidade é só mais um quarto escuro, fechado e sem ninguém. 
"Os lugares estão cheios de pessoas vazias" 

Cadê a essência das pessoas, cadê a autenticidade? Cadê aquele brilho próprio? Onde foi parar o conteúdo? É tanto um "não saber o que procurar/querer", que no fim, todos saem correndo atrás de qualquer coisa superficial para, quem sabe, tentar "preencher" esse vazio, esse buraco. 
Por que não tirar essa máscara sorridente e mostrar quem realmente é? Ou melhor, QUERER PREENCHER com coisas que REALMENTE valham a pena. Chega de fingir que está tudo bem - muitas vezes simplesmente pra tentar magoar outras pessoas, mas que no fim, o único mal causado é a si próprio. 
Se permita viver, se permita sentir na maior intensidade, se jogue, quebre a cabeça, se conserte, chore, sorria... Mas sinta que você está realmente vivo, chega de apatia. Sem mais cinzas, sem mais quartos escuros, sem mais vazio. Tira esse amargo.

Se jogue de um penhasco se preciso, afinal... "do chão não passa".


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